Esse momento marca o nascimento do afeto
depressivo. É um momento em que a crosta
isolante que nos deixa num mundo a parte começa, aos pouquinhos, a se
romper. Aí se inicia o processo de ressignificação da nossa existência.
Observamos
o despertar de um olhar interno. Podemos
pensar numa rica diversidade de sentimentos e emoções, ao mesmo tempo tão
simples, óbvios e humanos. Talvez uma experiência de des/reconstrução interna
de cada um de nós, ao mesmo tempo que entramos em contato com a própria
impotência da nossa existência.
Este
momento é caracterizado por uma depressividade que pode ser compreendida como
protetora e reguladora do psiquismo. Na liberdade do próprio ritmo de
pensamento e expressão, podemos ampliar nossa capacidade de pensar sobre os
fantasmas que constituem a vida interior, o que pode possibilitar a superação
de uma condição alienante das questões éticos-humanas.
A
sociedade moderna, as crises institucionais e massificação das pessoas
interfere no pensar e no viver criativo. A esse respeito, Vasconcellos (apud
Levisky, 2000, p. 139) escreve:
O
momento depressivo, não é patológico. É determinante para a mudança em que o
mundo interno se reorganiza num movimento criativo. É só através das relações
inter-humanas que ocorre essa vivência, a introdução de um novo tempo – tempo
de viver e construir.
Referências
Bibliográficas:
LEVISKY,
D. L. (Org.) Adolescência: pelos caminhos
da violência. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1998.
ROCCO,
C. Um estudo psicanalítico do Momento
Depressivo da adolescente privada de liberdade. Monografia de Conclusão do
Curso de Especialização em Psicologia Clínica. São Paulo: COGEAE/PUC, 2004.
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