domingo, 10 de junho de 2012

O SER HUMANO E O RESPEITO À ALTERIDADE










Neste dia em que aconteceu a "Parada GLBT", na cidade de São Paulo, ouvindo a música e a animação aqui da minha casa, pensei na importância das palavras sobre Direitos Humanos escritas por uma psicanalista a quem muito admiro.

A psicanalista Maria Rita Kehl ssinala que temos responsabilidade por todos os seres humanos. É necessário conseguirmos superar as diferenças e lidar com a alteridade. Isso nos manterá íntegros e humanos. Diz a autora:


"É a fraternidade no sentido de que a nossa humanidade depende da nossa vida em coletividade.
Nós dependemos uns dos outros.
O outro, além de ser o nosso rival ou alguém que pode nos importunar,
é o nosso parceiro e é o nosso espelho
Portanto, a degradação do outro degrada a minha dimensão humana. Então, a ideia do espirito fraterno que deve nortear a relação entre os homens é uma ideia não necessariamente do outro como estranho – também isso é importante -, mas do outro como uma dimensão da qual depende a minha própria humanidade" (KHEL, 2004, p. 31).


O "estranhamento" ao que é novo, às escolhas, às diferenças pessoais e sociais devem levar-nos à reflexão...evitando assim, uma ação impulsiva.

O importante é reconhecermos nossa própria falta de flexibilidade quando nos deparamos com identidades que não são àquelas ditas "tradicionais". Somos livres para lutar por nossos ideais, crenças e pelos nossos direitos políticos.


Finalizo com o artigo II da Declaração Universal dos Direitos Humanos - Nações Unidas de 1948:


"Todas as pessoas tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidas nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de qualquer outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento ou qualquer outra razão".




BIBLIOGRAFIA:

KEHL, Maria Rita. Subjetividade,Política e Direitos Humanos In: SILVA, Marcus Vinícius de Oliveira (coord). Psicologia e Direitos Humanos: Subjetividade e Exclusão. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2004 (p. 29-40).