Adorei uma passagem do livro "A Descoberta do Mundo" da Clarice Lispector e gostaria de compartilhar com vocês:
"Um adolescente ...
Ele é grande, tem ombros de ossos largos, anda um pouco curvo: isso passa, é o peso da adolescência. Ele é lento, ele é profundo, ele semeia devagar (...) Ele dormirá bem com uma mulher. Se não se enrolar demais nos largos e fundos meandros de suas pesadas hesitações. Ele é calado, não sabe ainda falar o que costuma falar, e então não diz. Também não sabe que tem pernas retas, pesadas e bonitas. Uma vez falou: quero qualquer profissão que me baste para viver; pois enquanto isso teria tempo de fazer alguma coisa concreta, muito objetiva. Ele é desastrado, quebra coisas sem querer, pede desculpas com meio-sorriso assustado. É preciso ter paciência com ele. É preciso ter paciência com os que são grandes como ele. Tanta paciência. Porque ele pode vir a ser esse silencioso desastrado a vida toda, e não passar disso. É um dos tipos de adolescência mais perigosos: aquele em que muito cedo já se é um homem um pouco curvo, e também nele se sente a grandeza sem palavras."
A adolescência é um período de transição, um momento decisivo de passagem do mundo infantil para o mundo adulto. Nessa fase o jovem tem a tarefa e o desafio de buscar sua liberdade de expressão e maior confiança em si mesmo.
A angústia e a impotência que sentimos ao nos relacionarmos com os nossos adolescentes são naturais. O processo de desenvolvimento inerente à essa etapa da vida provoca significativas mudanças psicológicas, físicas e hormonais no jovem e na jovem como também provoca alterações na dinâmica familiar que se vê às voltas com o "novo". Ficamos surpresos frente aquele menino ou menina que ora mostra-se agressivo, rebelde, contestador, ora está deprimido na sua "caverna" ouvindo um som alto, não querendo falar com ninguém.
Nosso "menino ou menina" não quer mais participar das festas nem fazer viajens com a família.
Afasta-se cada vez mais de casa e a convivência com o grupo, ou "tribo" com as quais ele se
identifica passa a ser seu lugar preferido. É a hora em que vão experimentar: alcóol, sexo, drogas, etc., enfim vão estar sujeitos à diferentes situações perigosas.
O que fazer diante disso?
Penso que a proximidade é essencial nesse momento difícil tanto para o adolescente como para seus pais, tios, tias, avós, enfim, todos àqueles que tenham preocupação com aquele menino ou menina. Uma vez, na clínica, ouvi de uma mãe: "não reconheço meu filho...."; um sentimento de estranheza e de impotência invadia aquela mãe.
Colocar limites é muito importante, ele cresceu mas, está vulnerável, inseguro e ainda não é um adulto..... São os pais que devem assumir seu papel como adultos com autoridade, acolhimento, envolvimento, compromisso e muito amor.
O papel desempenhado pelo ambiente familiar é essencial para preservar e transmitir seus valores, códigos morais e éticos possibilitando a formação da identidade do adolescente e seu gradual processo de amadurecimento emocional.
O adolescente tem direito à compreensão de que ele não é mais uma criança e tem direito a um espaço para que possa buscar seus caminhos e a viver essa etapa com espontaneidade, sem um crescimento prematuro.
"Um adolescente ...
Ele é grande, tem ombros de ossos largos, anda um pouco curvo: isso passa, é o peso da adolescência. Ele é lento, ele é profundo, ele semeia devagar (...) Ele dormirá bem com uma mulher. Se não se enrolar demais nos largos e fundos meandros de suas pesadas hesitações. Ele é calado, não sabe ainda falar o que costuma falar, e então não diz. Também não sabe que tem pernas retas, pesadas e bonitas. Uma vez falou: quero qualquer profissão que me baste para viver; pois enquanto isso teria tempo de fazer alguma coisa concreta, muito objetiva. Ele é desastrado, quebra coisas sem querer, pede desculpas com meio-sorriso assustado. É preciso ter paciência com ele. É preciso ter paciência com os que são grandes como ele. Tanta paciência. Porque ele pode vir a ser esse silencioso desastrado a vida toda, e não passar disso. É um dos tipos de adolescência mais perigosos: aquele em que muito cedo já se é um homem um pouco curvo, e também nele se sente a grandeza sem palavras."
A adolescência é um período de transição, um momento decisivo de passagem do mundo infantil para o mundo adulto. Nessa fase o jovem tem a tarefa e o desafio de buscar sua liberdade de expressão e maior confiança em si mesmo.
A angústia e a impotência que sentimos ao nos relacionarmos com os nossos adolescentes são naturais. O processo de desenvolvimento inerente à essa etapa da vida provoca significativas mudanças psicológicas, físicas e hormonais no jovem e na jovem como também provoca alterações na dinâmica familiar que se vê às voltas com o "novo". Ficamos surpresos frente aquele menino ou menina que ora mostra-se agressivo, rebelde, contestador, ora está deprimido na sua "caverna" ouvindo um som alto, não querendo falar com ninguém.
Nosso "menino ou menina" não quer mais participar das festas nem fazer viajens com a família.
Afasta-se cada vez mais de casa e a convivência com o grupo, ou "tribo" com as quais ele se
identifica passa a ser seu lugar preferido. É a hora em que vão experimentar: alcóol, sexo, drogas, etc., enfim vão estar sujeitos à diferentes situações perigosas.
O que fazer diante disso?
Penso que a proximidade é essencial nesse momento difícil tanto para o adolescente como para seus pais, tios, tias, avós, enfim, todos àqueles que tenham preocupação com aquele menino ou menina. Uma vez, na clínica, ouvi de uma mãe: "não reconheço meu filho...."; um sentimento de estranheza e de impotência invadia aquela mãe.
Colocar limites é muito importante, ele cresceu mas, está vulnerável, inseguro e ainda não é um adulto..... São os pais que devem assumir seu papel como adultos com autoridade, acolhimento, envolvimento, compromisso e muito amor.
O papel desempenhado pelo ambiente familiar é essencial para preservar e transmitir seus valores, códigos morais e éticos possibilitando a formação da identidade do adolescente e seu gradual processo de amadurecimento emocional.
O adolescente tem direito à compreensão de que ele não é mais uma criança e tem direito a um espaço para que possa buscar seus caminhos e a viver essa etapa com espontaneidade, sem um crescimento prematuro.